Des-Aparece!

21-09-2018

Qual é o mal de eu ser maluco? Será que a vida só é correta se arranjar um trabalho, encontrar a minha cara metade, ter filhos e morrer? Não digo que não seja a obrigação de uma pessoa trabalhar (precisamos de nos sustentar) nem digo que o amor entre pais e filhos é ridículo. Não sei o que é ter um filho, mas amo os meus pais. Apenas questiono-me se viver como uma cadeia de acontecimentos pré-projetados por outra pessoa qualquer é a melhor forma de eu viver a minha vida. Na verdade, a morte é incerta demais para andarmos com pré-faseamentos e projeções daquilo que temos de fazer. Sonhar é bom, é o que nos dá poder e força de vontade, mas lá por sonharmos e adquirirmos objetivos ao longo do tempo não significa que tenhamos de seguir isso a rigor. Sou novo e já me apercebi que nada corre como planeamos, nunca. E eu não fecho os olhos a todas as oportunidades que a vida me dá. Também se pode chamar a isso "alternativas". No secundário recordo-me perfeitamente de sonhar ser um ótimo programador, trabalhar numa empresa à séria, ser uma pessoa às direitas e ter a minha vida sossegada, no meu canto. É uma longa história explicar agora porque é que do nada mudei muito a minha forma de ver as coisas, mas o que quero dizer com tudo isto é que não podemos planear coisas quando nos sentimos bem ou quando nos sentimos seguros. Infelizmente (ou não) a segurança na vida é sinónimo de ausência de algo, a falta de algo. Durante tanto tempo temi a insegurança e adorava fechar-me no meu canto. Agora só estou bem se estiver perdido e não souber o que fazer. Talvez seja um maluco, talvez tenha um problema, ou talvez não tenha nada e simplesmente queira criar o meu próprio estereótipo de como viver, uma "alternativa". Gostaria de um dia ser um engenheiro, tal como gostaria de um dia fazer uma viagem pelo mundo fora! Continuo a ter os meus sonhos, mas sonho-os enquanto vivo no presente e não me preparo para algo que pode vir a não acontecer. Sou capaz de desaparecer de um dia para o outro para viajar, se conseguir. Sou capaz de pegar no meu carro e fumar um cigarro acompanhado por uma vista lindíssima no Bom Jesus. "Tu és doido?" Sim! Sou doido, mas sou livre e tenho a minha própria forma de pensar. Claro, não sou uma pessoa muito responsável, nem sou a melhor pessoa para se contar quando alguém quer algo pacífico de mim. Não, sou uma pessoa que não sabe muito bem onde anda, mas é feliz por andar perdido, desalmado e com a fé no presente e em Deus.

© 2018 David Rodrigues. Todos os direitos reservados.
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